domingo, 22 de fevereiro de 2009

O sopro do tempo...


Receio que o tempo não volte para mim…
Não volte o tempo de escolhas puras, limpas, sem consequências ou causas…
Que tudo o que faço ou digo seja efeito de uma maré, de ondas que não controlo…

Receio que não seja quem me quis tornar. Não saberei tudo, não domino nada?
Talvez as minhas expectativas sobre mim própria fossem hiperbólicas!
Talvez o tempo não volte para trás, nunca mais…

Receio ter perdido quem amei, e ter amado quem me perdeu…ou ter sonhado demais…
Não ter agradecido ao sol a sua luz... nem sentido o cheiro do ar, do mar.
Por não ter olhado o céu, como se de azul a minha alma vivesse.

Receio não te ter mais ao meu lado, a tua forma doce de guiares o meu caminho.
A forma injusta como o tempo te apaga cruelmente da minha mente, da minha alma…
E pela forma impassiva em que fico a ver-te ir…

Receio não ser especialmente melhor…ou maior… soberba!!!
As máscaras que criei para me esconder de mim própria e da miséria podre.
Porque não tenho eu o céu, se sou pobre de espírito?

Receio não ter sabido dar…pior! Não ter sabido receber…
Não ter sido humilde e aceitar o amor que o peito anseia no silencio da noite,
Por não sentir a falta ou o vazio, dor? Pena?

E eis que a noite cai,
E eu receio ter morrido, sem ter começado a viver.

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